Questão: Quais são as vantagens e desvantagens da Residência Alternada para as crianças em caso de divórcio dos pais?
O recurso cada vez mais recorrente á chamada residência alternada acarreta consigo grande divergência de opiniões. Tal sistema diz respeito á repartição igualitária das semanas – uma semana com o pai alternando com uma semana com a mãe. Para os seus defensores, tal regime permite um igual contacto da criança com ambos os progenitores permitindo assim um melhor equilíbrio no seu desenvolvimento. Para outros, a alternância é factor gerador de grande instabilidade e por isso desaconselhável. Então vejamos aquelas que são consideradas as principais vantagens e desvantagens, as quais deverão ser avaliadas pelos pais e, em caso de desacordo, pelo juiz:
Vantagens:
- Possibilidade de a criança conviver de forma equilibrada com ambos os pais;
- Diminuiu o medo ao abandono, o sentimento de culpa e de negação muitas vezes sentidos pela criança;
- Fomenta uma atitude mais aberta entre pais e filhos e evita situações de manipulação consciente ou inconsciente por parte dos progenitores
- Participação equilibrada de ambos os pais nas decisões quotidianas relativas á vida do filho e consequente consciencialização destes para a necessidade de contribuir para as despesas inerentes aos filhos;
- A residência alternada não põe em causa a idoneidade de nenhum dos pais para o exercício da sua parentalidade;
- Evita a excessiva dependência dos pais relativamente aos filhos uma vez que a equiparação de tempos permite aos pais usufruirem mais tempo livre;
- Fomenta a cooperação entre os pais uma vez que estes vêm-se na necessidade de adoptar um único modelo de educação;
- Não contribui para conflitos de lealdade entre filhos e pais;
- Permite uma maior comunicação entre os pais o que diminuiu o risco de surgimento de novos conflitos.
Inconvenientes:
- Dificuldade da criança na integração de novos núcleos familiares especialmente após o nascimento de novos filhos;
- O custo económico inerente á manutenção de várias economias familiares;
- A instabilidade que deriva de mudanças constantes de habitaçã No caso dos adolescentes, a falta de acesso aos seus pertences dispersos entre ambas as casas;
- Dificuldade na escolha consensual de um único modelo de educaçã Exige-se uma colaboração constante entre os pais e um diálogo permanente entre estes.
- A falta de identificação das crianças: sabem qual é a casa do pai e a casa da mãe mas não sabem qual a “sua” casa.
Resumindo, para que seja possível uma Guarda Alternada devem os pais assegurar-se que tal situação não implique um esforço desproporcionado por parte da criança. Para além disso, cada um dos progenitores deve avaliar se efectivamente tem disponibilidade para assegurar, no período que lhe cabe, todas as actividades escolares e extra curriculares do filho. Caso haja irmãos, impõe-se que os mesmos continuem a viver juntos pois nunca se deve separar irmãos. Ou seja, as crianças devem ter a possibilidade de conviver tanto com ambos os pais como com os seus irmãos.